Resenha Crítica: A Bússola de Ouro (Livro)

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Classificação: 4 estrelas

🌟 🌟 🌟 🌟

Livro: A Bússola de Ouro

Série: 1º Livro de Fronteiras do Universo

Autor: Philip Pullman

Editora: Objetiva                                                                                                                                          COMPRAR

Ano: 2007

Páginas: 370

Sinopse: ”Quando Roger, amigo de Lyra, desaparece, ela e seu daemon, Pantalaimon, resolvem procurá-lo. Viajam para o reinos frios do Norte, onde ursos de armadura e bruxas-rainhas voam pelos céus congelados.

Lyra possui um aparelho que auxiliará na missão – caso ela consiga decifrar suas mensagens misteriosas. Mas o equipamento contém segredos assustadores sobre a viagem e os perigos que os esperam em mundos distantes.”

Primeiramente, andei pesquisando algumas críticas sobre este livro – algumas boas e outras um tanto ofensivas. Um dos principais pontos tocados no livro eram algumas críticas a Igreja, o que gerou discórdia, mas eu já chego lá.

A Bússola de Ouro é um livro onde seres mágicos e animais falantes convivem num ”único mundo” normalmente com humanos. O livro é dividido em três partes. A primeira parte eu achei extremamente chata. Era tantos nomes e conceitos novos que me senti um tanto perdida e enrolei para ler. Sem contar que dá muitas explicações e voltas, o que deixa cansativo. Se eu não me engano, a primeira parte termina na página 137 ou algo do tipo – o livro era emprestado e eu devolvi hoje-, ou seja, até aí eu enrolei muito. Na segunda e terceira parte – creio que porque estava mais familiarizada e por ter sido a parte em que a aventura começou – o livro melhora imensamente.

Certo, chega de falar sobre como eu li e vamos ao livro.  Se você pretende ler este livro, leia com uma mente aberta. Uma das questões  que o autor põe em pauta é as infinitas possibilidades de existência de mundo, a veracidade da Igreja e de como o universo foi criado. Muitas pessoas não gostaram disso, eu particularmente gostei da forma inocente e de como o autor apresentou isto. Sou cristã e acredito plenamente na Bíblia, mas isso não me impediu de gostar do livro ou das questões discutidas pelo autor. Ele critica se tudo que acreditamos crer é realmente verdade -o que leva a questão da Igreja. Mas por favor, não deixe de ler o livro por causa disso. É uma obra muito boa e acho que não deveria deixar de ser lida somente por cauda disso.

Os personagens são incríveis, bem construídos e detalhados. A primeiro momento estranhei os nomes, mas logo me acostumei. Lyra é uma personagem, decidida, forte, confiante e muito inteligente. Cada situação que ela passa no livro e consegue se livrar! Seu daemon – Pantalaimon também é um amor. ”Daemon?? O que é isso??’‘ Daemon são animais que cada humano possui. ”Como um bicho de estimação?” Não, daemons são ligados emocionalmente com seus donos, são capazes de compartilhar pensamentos e sentimentos – da mesma forma com os humanos. Por exemplo, se em uma batalha seu daemon for ferido, você irá sentir a dor dele, se você morrer, ele também morre. Sim, é uma ideia um tanto diferente, mas todo momento no livro você sente essa ligação entre Lyra e Pantalaimon de forma bem evidente.

Lyra vive na Faculdade Jordan, onde convive me meio aos catedráticos, que são basicamente senhores e professores. O livro começa com Lyra espiando uma conversa entres esses senhores e o Lorde Asriel, em uma sala onde a entrada de mulheres é expressamente proibida. Porém, antes da reunião começar, Lyra vê um desses catedráticos colocar veneno na bebida de Lorde Ariel – que (in?)felizmente não bebe.

Depois de ouvir a conversa, Lyra conta para o Lorde Asriel sobre a bebida e um desses senhores catedráticos chama ela e lhe entrega um aletiômetro. ”Ale o que?” Aletiômetro, é um objeto parecido com um bússola, só que em vez de ter pontos cardeais, há figuras de animais e objetos. Esse instrumento é utilizado para saber a verdade. Faz-se uma pergunta e o aparelho mostra a resposta, através da agulha, que gira e para em algumas figuras, cada uma com um significado diferente.

Por conter muitos símbolos, quase ninguém consegue usar o aletiômetro. Existem apenas 3 no mundo e poucos livros com o significado dos símbolos. Entretanto, Lyra é a única que consegue entender e sempre acerta nas suas ”previsões”.

Um dos personagens que é bem construído que Lyra tem uma veneração-é o Lorde Asriel. Ele é seu tio e um grande explorador. Em um determinado momento da história, ela começa a procurar por ele. Ele aparece no começo e no final do livro,mas o seu ”peso” é sentido em toda a história. E acho melhor eu não falar mais nada!

Outra personagem que eu amo/odeio é a Sra. Coulter. Tive várias opiniões sobre ela no decorrer do livro e me surpreendi com o último capítulo!

E por último, o personagem que eu não poderia deixar de mencionar é o Iorek Byrnison. Ele é um urso de armadura .”Urso de armadura?” Sim, um urso de armadura. Ele aparece na metade do livro e no decorrer da história cria uma forte amizade com Lyra. Ele é leal, sério e paciente. A amizade dele com Lyra é tão honesta, entende? Sem hipocrisia – resumindo, não há falsianes.

A Bússola de Ouro é um livro incrível! Várias surpresas, conflitos, reflexões e segredo revelados.É o tipo de livro você-achou-que-ia-ser-isso-mas-olha-só-te-enganei-trouxa! Vale muito a pena a leitura!

Só teve uma coisinha – além da religião e tal – que me desagradou foi o fato do livro ter sido publicado em 2007. Doeu a vista ver palavras como ”idéia” e ”opnião”. Sei que não tenho mestrado em gramática ou sou a melhor pessoa para opinar sobre; porém sou muito chatinha com essas coisas, sinto um incômodo.

E como não poderia faltar, separei algumas frases que gostei:

 

”As estrelas estão vivas, menina. Sabia disso? Tudo lá em cima é vivo, e existem grandes propósitos lá fora! O universo está cheio de intenções, entende? Tudo acontece com um propósito. O seu é me recordar isto.” Pág 303

 

”É eu poderia ensinar. Se eu tivesse um bom aluno, acenderia uma fogueira na mente dele!” Pág 303

 

”Mesmo nas profundezas da loucura dele, ainda brilhava uma centelha de bom senso , de modo que ele olhou para a menina com atenção, quase como se suspeitasse de sarcasmo por parte dela. Mas ela havia passado a vida inteira lidando com professores idosos  e desconfiados e retribuiu o olhar dele com um olhar de admiração que o convenceu e acalmou.” Pág 303

 

”-Você não se sente solitário?

-Solitário? – Ele repetiu – Não sei. Eles me dizem que está frio: não sei o que é frio, porque não sinto frio. Do mesmo modo, não sei o que é solidão. Os ursos foram feitos para ficarem sozinhos.” Pág 209

 

”-Lorde Faa não vai ficar com medo. Você não está com medo, está?

-Ainda não. Quando estiver, vou controlar meu medo.” Pág 196

 

É só isso por hoje! Espero que tenham gostado da resenha! Já estou me coçando para ler o segundo livro da série, A Faca Sutil, mas dependo da boa vontade da pessoa que me  empresta, haha. LEIA ESSE LIVRO MARAVILHOSO!

 

PS1: Sobre a capa, eu gostei bastante. Li a versão com um urso e um balão na frente. Achei bem trabalhada e fiel ao livro.

 

PS2: Eu tinha visto o filme há alguns anos e não cheguei a terminar. Agora que já li o livro, vou ver o filme novamente e quem sabe, faço uma resenha também.

 


 

OBS: Post do blog antigo (19/10/2015)

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