Resenha Crítica: Sherlock Holmes

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Classificação: 5 estrelas 🌟 🌟 🌟 🌟 🌟

Livro: Sherlock Holmes

Autor: Arthur Conan Doyle

Editora: Nova Fronteira

Ano: 1887 – 1892 / 2015

Páginas: 510

Sinopse: ”Em 1887, o escritor escocês Sir Arthur Conan Doyle criou Sherlock Holmes, o infalível detetive a quem os agentes da Scotland Yard recorriam para solucionar os mistérios mais intrigantes da Inglaterra vitoriana. Desde então, as aventuras do mestre da investigação atraem leitores ávido por chegar à última página e ver o enigma desvendado.”

Vou me esforçar bastante para não fazer desta resenha um manual sobre Sherlock. Irei separar um post inteirinho para falar desse personagem pelo qual eu sou louca!

 Primeiramente, devo explicar que esse carinha fez muito sucesso na época em que estreou. Isso gerou vários e vários contos que permanecem vivos até hoje. Conheci Sherlock através da série Sherlock, da BBC. Desde então quis ler os livros e acabei comprando o box.
Antes de falar do livro, irei falar do box. São 4 volumes, com todos os contos e romances, mas calma, não é romanceeee. É algo mais detetive criminal.
O primeiro volume contém as histórias Um estudo em vermelho (1887), O sinal dos quatros (1890) e As aventuras de Sherlock Holmes ( contos 1892). As aventuras de Sherlock Holmes inclui os contos: Escandâlo na Boêmia, A liga dos ruivos, Um cado se identidade, O mistério do Vale Boscombe, Os cinco caroços de laranja, O homem de lábio torcido, A pedra azul, A banda pintada, O polegar do engenhiro, O nobre solteiro, A coroa de berilos e As faias roxas. A capa é dura e linda e  a contracapa não deixa a desejar! Com vários detalhes que correspondem a características do personagem, como um cachimbo, alguns símbolos de química, etc.
A narração é envolvente e quanto mais você lê, mais você quer saber, resolver o mistério e entender mais a excêntrica personalidade desse personagem.
O Dr.John Watson acaba de voltar da guerra no Afeganistão, e está manco devido a uma bala que ficou presa em sua perna. Ele conhece o Detetive Consultor Sherlock Holmes e eles começam a dividir um apartamento em Baker Street 221. Sherlock Holmes é um homem extremamente inteligente e preguiçoso. A única coisa que consegue sua atenção total são crimes e mistérios. Ele chega a passar horas tocando violino ou se drogando com cocaína ( sim,ele usa cocaína no livro). Embora tenha hábitos e maneiras peculiares, ele é um gênio na arte de desvendar crimes, sendo uma espécie de “consultor” tanto da polícia, como dos ingleses. Nessas aventuras, o Dr. Watson acaba sendo incluído e começa a escrever sobre os casos de Sherlock Holmes.
A história se passa na época 1889, por aí. Então tem algumas coisas como criado, lady, essas coisinhas. Mas não são predominante no livro. A linguagem é bem tranquila. Sem termos científicos ou palavras complicadas como  raxacoricofallapatorius – entendeu a referência?
Eu sou muito muito muito suspeita para falar algo, porque eu simplesmente amo esse carinha! A forma como ele desvenda crimes e soluciona casos –  aparentemente sem pé nem cabeça -, é de deixar a boca aberta! Sem contar sua personalidade fria, calculista, insensível e egoísta. Ele tenta ao máximo desvincular-se de qualquer tipo de sentimentos e entrega-se completamente a lógica.
E caso você já tenha assistido a série ou lido alguns dos livros, já te adianto que Moriarty não aparece nesse volume. E se você não conhece o Prof. Moriarty, fica frio que já já você vai conhecer esse personagem fantástico!
Agora, tem sim alguns contras nesse livro. Existem muitas referências as cidades, ruas, becos e ruelas da Inglaterra. Eu não gostei disso, porque saber se avenida tal cruza com avenida tal ou se rua tal tem atalho com outra rua de nome esquisito, não vai acrescentar muito na minha vida. Também li muitas palavras como xelin, pences, libras e todas classificações da moeda inglesa. Eu li tanto que fiquei curiosa e pesquisei sobre. Fora essas duas coisinhas, não achei nada mais que me incomodasse.
E claro,sem mais delongas,minhas frases/trechos/parágrafos favoritos do livro:
”- Preciso ser cauteloso – continuou, virando-se para mim com um sorriso -, porque estou sempre lidando com venenos.” Pág 17
 
”Algumas vezes, os acordes eram sonoros e melancólicos; outras fantásticos e alegres. Refletiam, sem dúvida, os pensamentos que invadiam a sua mente, mas eu não conseguia determinar se a música os ajudava ou se o ato de tocar era simplesmente o resultado de um capricho ou fantasia.” Pág 23
 
”’A partir de uma gota d’água’, dizia o autor, ‘um pensador lógico poderia inferir a possibilidade de um Atlântico ou de um Niágara, sem jamais ter visto um e outro ou ouvido falar deles. Assim, toda vida é uma grande cadeia, cuja a natureza é revelada pela simples apresentação de um único elo. Como todas as artes, a Ciência da Dedução e da Análise só pode ser adquirida após um aprendizado demorado e paciente, mas a vida não é suficientemente longa para permitir que algum mortal atinja a perfeição máxima nesse campo.”’ Pág 24
 
 
”- Nossas ideias precisam ser tão amplas quanto a Natureza, se quisermos interpretá-la. ” Pág 48
 
 
”-Nada é pequeno para um grande cérebro – observou Holmes, em tom sentencioso.” Pág 58
 
 
” As meias verdades são piores do que nenhuma.” Pág 59
 
 
”O amor que brotava em seu coração não era o capricho volúvel de um garoto, mas aquela paixão feroz e selvagem do homem de vontade férrea e temperamento dominador.” Pág 90
 
 
”Nessas ocasiões, Lucy ficava calada, mas as faces ruborizadas e os olhos brilhantes indicavam claramente que seu jovem coração não lhe pertencia mais.” Pág 91
 
 
”O que fazemos nesse mundo não tem importância – comentou meu companheiro em tom amargo. – A questão é o que os outros acham que fizemos.” Pág 128
 
 
” – O meu espírito rebela-se contra a estagnação – disse ele. – Deem-me problemas, muito trabalho, o mais complicado criptograma ou a mais intrincada análise e eu estarei no meio. Então, dispensarei todos os estimulantes artificiais. Detesto a rotina monótona da existência. Anseio pela exaltação mental.” Pág 138
 
 
”- Na verdade você é um autômato, uma máquina de calcular. Às vezes, há em você alguma coisa desumana.” Pág 149
 
 
”O amor é uma coisa maravilhosamente sutil, porque ali estávamos  nós, que nunca nos víramos antes desse dia, e nenhuma palavra, nem sequer um olhar afetuoso havíamos trocado até então, e mesmo assim, neste momento aflitivo, nossas mãos se aproximaram instintivamente.” Pág 167
 
 
”Agora a orla vermelha do sol caminha para o nevoeiro de Londres. Ele brilha sobre muitas pessoas, mas aposto que nenhuma delas está empenhada numa missão mais estranha do que eu e você. Como nos sentimos pequenos com as nossas ambições e lutas insignificantes diante das grandes forças elementares da natureza!” Pág 188
 
 
”- Todos precisamos de ajuda às vezes.” Pág 204
 
 
”-Gentinha sujinha, mas todos eles têm em si uma centelha imortal. Ao olhar para eles, ninguém diria isso. Estanho enigma é o homem.” Pág 213

”-Winwood Reade trata bem do assunto – disse Holmes. – Ele nota que, embora o homem seja individualmente um enigma insolúvel, quando está em grupo torna-se uma certeza matemática. Por exemplo,  você não pode nunca prever com exatidão o que um homem vai fazer, mas pode prever o que um grupo fará. Os indivíduos variam, mas as coletividades são constantes. É o que dizem os estatísticos.” Pág 213

”[…] E lá ficava ele sentado na varanda, bebendo uísque e fumando charutos,enquanto o país pegava fogo em volta.” Pág 226

”-Mas o amor é uma coisa emocional, e tudo que é emocional opõe-se à fria razão, que eu coloco acima de tudo. Eu não me casarei nunca, amenos que perca a razão.” Pág 244

”Você vê, mas não observa. A diferença é clara.” Pág 251

”Holmes não mudava apenas de roupa; sua expressão, sua atitude, sua própria alma pareciam variar com qualquer papel que representasse.” Pág 263

”O palco perdeu um grande ator,assim como a ciência perdeu um raciocinador de primeira quando ele se tornou um especialista em crimes.” Pág 264

”- Meu caro amigo – disse Holmes, quando estávamos sentados diante da lareira em seus aposentos na Baker Street – , a vida é infinitamente mais estranha do que qualquer fantasia concebida pelo homem. Não ousaríamos imaginar coisas que são meros lugares-comuns da existência. Se pudéssemos voar por aquela janela de mãos dadas, pairar sobre esta grande cidade, remover delicadamente os telhados e espiar as coias esquisitas que estão acontecendo, as estranhas coincidência, os planos, os objetivos contrários, as maravilhosas cadeias de acontecimento agindo através de gerações e levando aos resultados mais absurdos, isso tornaria toda a ficção, com suas convenções e conclusões óbvias, corriqueira e desinteressante.” Pág 294

”- Pode acreditar, não há nada mais insólito que o corriqueiro.” Pág 294

”- Talvez eu esteja treinando para ver coisas que os outros não percebem.” Pág 297

”- Provas circunstanciais são exatamente espinhosas.” Pág 314

”- Já passamos pelas deduções e conclusões – disse Lestrade, piscando para mim. – Já é difícil lidar com os fatos, Holmes, não quero ir atrás de teorias e fantasias.” Pág 324

”- Vim em busca de opinião,

– Isso é fácil de obter.

– E de ajuda.

– Isso nem sempre é fácil.” Pág 337

”- Minha experiência é grande demais para negar que a impressão de uma mulher pode ser mais valiosa que as conclusões de um raciocinador analítico.” Pág 368

”- Meu nome é Sherlock Holmes. A minha profissão é saber o que os outros não sabem.” Pág 391

” – O crime é comum. A lógica é rara. Portanto, você deve enfatizar a lógica e não o crime.” Pág 488

”- Deixaria de ser um perigo se pudéssemos defini-lo.” Pág 494

”- Você sabe, Watson, que é uma das maldições de um cérebro como o meu que eu tenha de observar tudo que se refira ao meu assunto especial. Você olha para essas casas espalhadas e fica impressionado com a sua beleza. Eu olho para elas e o único pensamento que me ocorre é a sensação de seu isolamento e da impunidade com que os crimes podem ser cometidos dentro delas.” Pág 496 

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